sábado, 23 de agosto de 2014

Seu animal está com o peso adequado?



Muitas vezes o proprietário (odeio este termo, pois acho um absurdo o sentido de posse sobre um animal, mas vamos em frente!), tem interesse em saber se seu animal está com o "peso certo". 
Este é um questionamento pertinente. Animais muito magros, podem ser reflexo de deficiências nutricionais, mas também, podem manifestar, por meio da magreza, sintomas de diversos distúrbios e doenças. Por outro lado, a obesidade predispõe o animal a uma série de problemas, como lesões articulares, problemas ortopédicos, problemas respiratórios e cardiovasculares dentre outros. Assim, uma boa avaliação do peso de seu animal é importante.
Mas o peso, como único critério de avaliação, não é um elemento definitivo para verificação do status corporal de seu animal. A avaliação de magreza, peso normal, sobrepeso e obesidade devem considerar também o chamado "escore de condição corporal". 
Para saber se seu animal está no peso adequado, utilize as tabelas de peso e de escore que se seguem:
CÃES:
RAÇA
PESO (kg)
Afghan Hound
26 a 34
Akita
34  a  54
Basset Hound
20 a 29
Beagle
9 a 11
Bichon Frise
3 a 5
Border Collie
12 a 40
Boxer (Fêmeas)
24 a 29
Boxer (Machos)
27 a 32
Bulldog Francês
9  a  13
Bulldog inglês
24 a 28
Bullmastiff
45 a 60
Chihuahua
1  a  3
Chow Chow
25 a 32
Cocker Spaniel Amercano
12 a 14
Cocker Spaniel Inglês
12 a 16
Collie
20 a 34
Dalmata
25
Daschund
8 a 14
Daschund miniatura
4 a 5
Doberman
30 a 40
Fila Brasileiro (fêmeas)
a partir de 49
Fila Brasileiro (machos)
a partir de 54
Fox Paulistinha
5 a 9
Fox Terrier
7 a 10
Golden Retriever
28 a 37
Golden Retriever (fêmeas)
25 a 32
Golden Retriever (machos)
27 a 36
Husky Siberiano
19 a 29
Labrador Retriever (fêmeas)
25 a 32
Labrador Retriever (machos)
27 a 34
Lhasa Apso
5 a 8
Lulu da Pomerânea
2 a 3
Maltês
3 a 4
Mastiff
50 a 90
Pastor Alemão
29 a 40
Pastor Belga
27 a 35
Pequinês
5 a 6
Pinscher Miniatura
2 a 4
Pointer
20 a 27
Poodle Grande
10 a 16
Poodle Mini
4 a 8
Poodle Toy
3 a 6
Pug
5 a 8
Rottweiler (fêmeas)
38 a 52
Rottweiler (machos)
43 a 59
Samoieda
16 a 26
São Bernardo
50 a 91
Schnauzer Gigante
40 a 50
Schnauzer Médio
15 a 20
Schnauzer Mini
5 a 8
Sheep dog
21 a 41
Shi Tzu
4  a 8
Weimaraner
24 a 30
Yorkshire Terrier
3 a 5
Fonte: Adaptado Pet Nutrition © 2002 Hill, Inc.

GATOS
RAÇA
PESO (kg)
Absínio
1,8 a 4
Birmanês
4,5 a 5
Maine Coon
11 a 15
Persa
4,5 a 5
Siamês
2 a 4,5
Fonte: Adaptado Pet Nutrition © 2002 Hill, Inc.

ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL
Fonte: Adaptado Pet Nutrition © 2002 Hill, Inc.

E nunca custa lembrar: em caso de dúvidas sobre a saúde e nutrição de seu animal, procure um médico veterinário de sua confiança.



Milena Luíza Hermogenes Morais Barreto
Médica Veterinária

Primeiros Socorros (Parte 3): Envenenamentos




Envenenamentos podem ocorrer de diversas formas (ingestão, inalação ou absorção pela pele), e causar, conforme o agente tóxico, sintomas extremamente variados. O período que o animal pode levar para manifestação dos sintomas também é variável , podendo ir de poucos minutos vários dias. O envenenamento pode ocorrer ainda de forma intencional ou acidental. 
Dentre os principais produtos causadores de intoxicação em cães e gatos, destacam-se:
Medicamentos:
Muitos medicamentos podem ser tóxicos para animais, e mesmo dentre espécies há raças que podem ser sensíveis a determinados medicamentos. Cuidado, portanto para não dar medicamento por conta própria para seu animal (paracetamol, Ácido Acetil Salicílico (AAS, melhoral, asprina etc), ivermectina, diclofenaco, ivermectina são apenas alguns medicamentos que podem apresentar elevador grau de toxicidade para seu animal. Portanto, não custa lembrar: NUNCA forneça medicamentos sem orientação médico veterinária e mantenha remédios longe do alcance, não apenas de animais, mas também de crianças; 
Produtos carrapaticidas
Produtos para controle de pulga e carrapato: muitas vezes proprietários não orientados adequadamente ou mesmo por conta própria podem utilizar produtos destinados ao controle de pulgas e carrapatos de forma errada, e isto pode levar a quadros de intoxicação. Pode ocorrer também quadros te intoxicação pela utilização de produtos inadequados (uma vez atendi um cão cujo dono havia utilizado Baygon para combater carrapatos (Por favor não façam isto!). Procure sempre orientação médico veterinária para uso adequado de produtos destinados ao controle de pulgas e carrapatos (saiba mais);

Inseticidas
São comuns os casos em que os animais tem contato com produtos inseticidas após aplicação destes no ambiente. Seja pela ingestão de resíduos dos produtos em bebedouros, vasilhames de comida, ou mesmo pelo contato direto com o produto no ambiente. Por isto tenha cuidado ao fazer uso deste tipo de produto. Procure sempre orientação profissional. Esta é uma medida de segurança para seus animais, para você e para sua família!

Rodenticidas (venenos para ratos)
São também bastante comuns os casos de intoxicação com rodenticidas. Nem, tanto com os produtos mais modernos, pois seu sabor, de um modo geral, e desagradável, porém ainda é comum a prática do uso de produtos como "chumbinho" "mil gatos" e vários outros produtos cuja venda hoje é proibida no Brasil, porém são facilmente encontrados no comércio. A composição destes venenos é muito variável, indo de estricnina (produto altamente tóxico) a misturas de diversos produtos, o que torna estes produtos extremamente perigosos. Não utilize produtos como chumbinho para o controle de roedores, sua efetividade é limitada, pois mata apenas alguns poucos indivíduos, e há um grande risco de envenenamento para animais e seres humanos, em especial crianças. Vale ressaltar ainda que estes produtos são geralmente os utilizados por criminosos nos casos de envenenamento proposital de animais;

Produtos de limpeza
Desinfetantes, detergentes, água sanitária, desentupidores (soda caustica, ácido muriático etc) dentre outro, são substâncias comuns ao ambiente doméstico. O problema que que estes produtos podem se acidentalmente ingeridos por seu animal causando graves danos à saúde. Igualmente ao recomendado para os medicamentos, mantenha produtos de limpeza em local de difícil acesso para crianças e animais;

Alimentos
Esta é boa para as pessoas que gostam de dar "comidinhas" para seu animal. Muitos alimentos humanos podem ser tóxicos para os animais: muito cuidado com chocolate, passas, uvas, nozes, cebola, alho... O ideal é oferecer para ração de qualidade, e , eventualmente, algum petisco ou biscoito próprio para animais. Algumas frutas podem entrar no cardápio, porém em pequenas porções (não oferecer frutas cítricas).

Plantas
Algumas plantas ornamentais, tais como comigo-ninguém-pode, espirradeira, babosa (Aloe vera), amarilis, mamona, copo de leite, espada de são jorge dentre outras podem conter compostos potencialmente perigosos para seu animal. O ideal é que, quando da escolha de plantas ornamentais procure se informa sobre os riscos, evitando-se adquirir plantas tóxicas.


Quais os sintomas de envenenamento?
Os agentes tóxicos são muito variados, e portanto os sintomas também o são. De um modo geral, animais envenenados apresentam alguns dos seguintes sintomas:
- Alteração de da consciência (agitação, sonolência e, às vezes, coma);
- Salivação intensa;
- Vômitos;
- Dor abdominal;
- Hemorragias;
- Tremores;
- Dilatação ou contração da pupila;
- Dificuldade para respirar;
- Alteração dos batimentos cardíacos.


O que fazer?
Em primeiro lugar: mantenha a calma!
O procedimento varia conforme o tipo de produto:
- Plantas e medicamento: provoque o vômito;
- Não provoque vômito se: seu animal estiver inconscientes ou se o agente causador for algum derivado de petróleo, ou algum produto cáustico ou corrosivo (para provocar vômito utilize água oxigenada 3%: uma a 5 colheres de café, ou ainda sal de cozinha, 1 a 3 colheres de chá para cães)
- Se o seu animal estiver sujo com o produto ou com o vômito contendo o agente tóxico, banhe-o com água levemente morna e sabão de coco (não utilize sabonete pet com produtos carrapaticidas nem nada do tipo);
- Se houver convulsões, procure manter o animal protegido de ocasionar auto-lesões se debatendo. Coloque-o em local confortável;
- Procure identificar o agente tóxico. Se tiver embalagem, leve-a com seu animal a um médico veterinário;
- Leve seu animal imediatamente a um médico veterinário. 
- Caso haja suspeita de envenenamento proposital: DENUNCIE! Procure a polícia e faça um boletim de ocorrências.



Milena Luíza Hermogenes Morais Barreto
Médica Veterinária

Primeiros Socorros (Parte 2): Ressuscitação Cardio-pulmonar (RCP)




Colocando a mão na frente da boca e focinho,
tente sentir se o animal respira 



Então, após um choque elétrico, atropelamento, queda, afogamento, atropelamento, queda, traumatismos graves, engasgo ou alguma outra condição, você não consegue perceber a respiração de seu animal (pela movimentação do abdome do animal, ou pelo tato, colocando sua mão em frente à boca e ao focinho do animal), ou ainda o mesmo está sem os batimentos cardíacos (a melhor forma de verificar se o coração de seu animal está batendo é colocando a mão sobre o lado esquerdo do peito do animal). O que fazer?
Assim como ocorre com os seres humanos, a ressuscitação cardio-pulmonar é uma medida que pode salvar a vida de seu animal.




Verifique os batimentos do coração de seu animal.





Em caso de parada respiratória e/ou cardíaca você precisa seguir alguns passos:

Passo "A" - Abertura das Vias Aéreas

Se seu animal não consegue respirar, o primeiro passo é manter as vias aéreas livres para a passagem de ar. Siga os seguintes passos:

I. Cuidadosamente puxe a língua de seu animal para fora da boca (Atenção: mesmo animais inconscientes podem morder! Tenha cuidado ao realizar este procedimento);


Soprando pelas narinas, verifique
se há livre passagem de ar



II. Tente colocar a cabeça de seu animal esticada e alinhada com a coluna (Atenção: Cuidado para não causar um hiperextensão da coluna em caso de trauma na cabeça ou coluna);


III. Segure a boca de seu animal, mantendo-a fechada. Sopre fortemente duas vezes pelas narinas, para verificar se há livre passagem de ar;


IV. Se não houver passagem de ar, inspecione a boca de seu animal, procure verificar se há algum objeto impedindo a passagem de ar. Se identificar algum objeto, tente removê-lo.




Como realizar a Manobra de Heimlich em
gatos e cães de pequeno porte



V. Se há algum objeto que você não consegue remover, proceda à Manobra de Heimlich: Para cães pequenos e gatos, segure-o com as costas junto a seu corpo e pressione firmemente a caixa torácica para que ele possa expelir o objeto. Para animais de grande porte, segure-o pelo abdomem, envolvendo-o com ambos os braços e pressione firmemente e pressione com firmeza para promover a expulsão de algum corpo estranho das vias respiratórias.




Manobra de Heimlich em animais
de médio e grande porte



VI. Proceda novamente o procedimento descrito no item III. Se a passagem de ar estiver desobstruída vá para o o passo "B", caso contrário repita a Manobra de Heimlich.



Passo "B" - Boca / Focinho (respiração)

Vias respiratórias livres,é hora de fazer respiração mecânica no seu animal. Para isto basta repetir o item III do passo "A", na velocidade de 1 expiração a cada 5 segundos (12 expirações por minutos). Após cada expiração feita, comprima o abdome do seu animal para esvaziar o pulmão (1 respiração boca/focinho => 1 compressão abdominal). Cuidado para não inflar excessivamente o animal (em especial se for de pequeno porte), e caso constate obstrução retorne ao passo "A". Caso as as vias aéreas estejam livres, concomitantemente proceda com o passo "C".



Passo "C" - Circulação

Proceda então, caso haja parada cardíaca, à massagem. Muitas pessoas acreditam que a massagem cardíaca serve apenas para fazer o "coração voltar a bater". É verdade que o estímulo da massagem pode possibilitar o retorno dos batimentos cardíacos, porém o papel mais fundamental da massagem cardíaca é possibilitar a circulação do sangue. Cada vez que se massageia o coração, ele se "esvazia ", lançando sangue na circulação, e se enche em seguida, mantendo o sangue circulando. Com isto, reflexamente, ele pode voltar a bater (o que nem sempre ocorre!).

I. coloque o animal em decúbito lateral , com o lado esquerdo voltado para cima;

II. Coloque a palma da mão sobre o coração do animal, no caso de cães pequenos e gatos, pode utilizar a ponta dos dedos;

III. Faça uma pressão rápida e firme, e em seguida solte. Proceda esta ação na velocidade de na velocidade de 15 compressão em um espaço de tempo estimado de 10 segundos alternadas com 2 respirações boca/focinho (lembrar de após cada expiração, comprimir o abdome de seu animal).

O esquema fica, mais ou menos, da seguinte forma: 1 respiração boca/focinho => 1 compressão abdominal / 1 respiração boca/focinho => 1 compressão abdominal / 15 massagens cardíacas em 10 segundos / 1 respiração boca/focinho => 1 compressão abdominal ...




Massagem cardíaca




Continue realizando estes procedimentos durante o trajeto até a clínica ou até a chegada de um veterinário.

Se não houve como levar se animal a um veterinário, não conseguiu entrar em contato com algum, ou demore a chegar, a ausência de respiração e batimentos cardíacos espontâneos após 30 minutos, as chances de seu animal são praticamente nulas.


Só para lembrar: tratando-se de seres humanos, os estudos mais modernos colocam como prioridade a massagem cardíaca, antes mesmo da respiração "boca-a-boca". Para saber mais sobre reanimação cardiopulmonar em seres humanos acesse: http://www.cb.ce.gov.br/index.php/listanoticias/14-lista-de-noticias/609-reanimacao-cardio-pulmonar-




Milena Luíza Hermogenes Morais Barreto
Médica veterinária

Primeiros socorros (parte 1): Aspectos gerais



São muitas as circunstância nas quais o seu animal pode necessitar de cuidados imediatos. A estes cuidados chamamos de primeiros socorros. Este é o primeiro de uma série de posts nos quais procurarei descrever os procedimentos básicos de primeiros socorros para cães e gatos. Serão dicas simples, porém poderão salvar a vida de seu animal. E sempre vale lembrar: após os primeiros socorros, seu animal invariavelmente irá necessitar de avaliação e acompanhamento veterinário.


Para começar vamos a 3 regrinhas gerais:

1º Mantenha a calma: O desespero pode levar o proprietário a tomar medidas prejudiciais à saúde e colocar em risco a vida do animal.

2º Você não vai conseguir ajudar seu animal, ou qualquer outro animal, se você também estive necessitando de socorro, portanto, se sua saúde ou integridade se encontra em risco, preserve-se. Se necessário, remova o animal para local seguro. Esta dica é válida por exemplo, em caso de atropelamentos, quando, prestar socorro ao animal no meio da rua pode colocar sua vida, a do animal e a segurança do trânsito em risco, ou ainda em casos de choques elétricos: desligue a corrente elétrica antes de tentar salvar seu animal. Incêndios, desmoronamentos e outras circunstâncias de alto risco exigem precaução extrema dos proprietário ou da pessoa que está tentando salvar um animal.

3º Entre em contato com seu veterinário: ele vai lhe orientar adequadamente sobre o que fazer para a situação específica em que seu animal se encontra.


Emergência X Urgência

Muitas pessoas não sabem diferenciar um caso de emergência para urgência! Sim, se você não sabia emergência é diferente de urgência.

Emergência é uma condição em que há risco eminente à vida de seu animal,. havendo necessidade de atendimento imediato ( por exemplo: hemorragias, parada cardíaca e/ou respiratória, envenenamento, atropelamento, choque elétrico, etc)
Urgência são casos de menor gravidade, que podem aguardar um pouco por atendimento, porém, este atendimento deve ser realizado antes que haja complicações mais graves (vômito e/ou diarréia, convulsões, infecções de útero (piometra), convulsões etc)



Como manusear um animal ferido, machucado ou doente?


Atenção: animais feridos, doentes, com medo e/ou, confusos podem morder, mesmo seu cãozinho ou gato, dócil e amável normalmente, pode, em caso de injúrias lhe morder ou arranhar. por isto tenha todo cuidado.

Não abraçe um animal ferido. Esta atitude, muitas vezes adotada pelos proprietávios visando dar conforto ao animal pode fazê-lo sentir ainda mais dor, e pode lhe expor a uma mordida ou arranhadura, além de, dependendo do caso, agravar a condição do animal;
Qualquer manuseio deve ser feito lenta e gentilmente. Em caso de agitação ou demonstração de desconforto, para imediatamente;

Se necessário, e apenas se seu animal não estiver vomitando e sem dificuldade de respirar, faça uma mordaça. Isto irá reduzir os riscos de você ser mordido e facilitará o atendimento do seu animal quando de sua entrada na clínica veterinária.

Lembre-se: NUNCA amordace um animal que esteja vomitando!
Se possível, e em especial, se houver sangramento, ou fratura, procure estabilizar o quadro com uma bandagem.
Durante o transporte, procure restringir o espaço do animal, para evitar danos adicionais. Em caso de inconsciência ou trauma, procure transportá-lo deitado, lateralmente, com a área mais afetada voltada para cima. Se possível, utilize caixa de transporte. No caso de transporte de animais deitados, procure apoiá-lo sobre uma superfície firme (tábua, porta etc).

Nos próximos posts, detalharei algumas orientação gerais para situações específicas. Fique atento, sua atitude pode salvar a vida de seu animal.








Milenas Luiza Hermogenes Morais Barreto

Médica Veterinária

Como dar remédios a um animal





É bem frequente, ao explicar a um proprietário, a receita de algum medicamento que eu tenha prescrito pra seu animal, vir aquela velha pergunta: mas como eu dou este medicamento? posso enrolar em um pedacinho de carne? posso dissolver em um pouco de leite? Pois bem, vamos fazer algumas considerações para orienta as formas corretas, mais seguras e eficientes de dar um medicamento a nossos animais de estimação.


Dar remédios a um animal, muitas vezes, não é uma tarefa tão fácil, e o fornecimento de medicamentos de forma inadequada pode comprometer a saúde de seu animal,e a eficiência do tratamento, além de, em muitos casos, colocar em risco sua segurança em função de mordidas, principalmente quando do fornecimento de medicamentos de uso oral.


Formulações e vias de administração

Injetáveis: Não creio que seja necessário informar: a aplicação de produtos injetáveis deve ser feita apenas por pessoa habilitada para tal procedimento. Injeções aplicadas em locais errados podem causar sérios problemas para seu animal. então é melhor não fazer você mesmo este tipo de aplicação. Procure seu veterinário.




Medicamentos líquidos e xaropes de uso oral: Preferencialmente utilize uma seringa. tenha calma, procure acariciar o animal, e cuidadosamente tente abrir a boca de seu animal, segurando-o por sobre o focinho e colocando os dedos médio e indicador por um lado e o polegar por outro. Evite neste momento encarar diretaemtne o animal. estando seu animal com a boca aberta, aperte suavemente o êbolo da seringa. Caso você não consiga abrir a boca de seu animal , introduza a seringa no canto da boca segureando-lhe a boca para cima e fazendo sair o líquido lentamente, se for um cão. No caso de gatos, introduza a ponta da seringa logo atrás dos caninos e mantenha-lhe a boca virada para cima.








Medicamento sólidos de uso oral: Muitos destes produtos podem ser macerados, misturados a líquidos (água, preferencialmente) e dados com uma seringa, como no caso anterior. Nesta circunstância, caso fique algum resquício de medicamento na seringa, esta deve ser novamente preenchida com água para dissolução o resíduo do medicamento restante e dado ao animal. 


Outra forma de se dar medicamento em comprimidos para seu animal é escondê-lo no alimento preferido, bifinhos, petiscos, ração, carne cozida (atenção: nunca dê carne crua para seu pet, e não dê carne rotineiramente, lembre-se estamos dando um remédio, que é um excessão, não a regra). UM boa dica é procurar dar este tipo de medicamento em um horário em que o animal esteja com mais fome, pela manhã, por exemplo. Mas se não der para dissolver em água, nem misturar no alimento, você deve dar o medicamento diretamente na garganta de seu animal (eu prefiro esta forma, pois você tem certeza que ele ingeriu todo o produto). Neste caso posicione o animal de costas entre as suas pernas. Com o bichano de costas, 

ATENÇÃO: Cápsulas geralmente devem ser dadas sem serem abertas. A cápsula, em alguns medicamenteos, protegem o produto da ações das anzimas do estômago do animal, e rabrí-la implicaria em interferir negativamente na sua eficácia. Assim, o melhor, no caso de cápsulas é dar diretametne na garganto do animal mesmo.

Medicamentos pastosos de uso oral: muitos produtos hoje no mercado são apresetnaos na formade pasta, geralmente contida em uma seringa com aplicador. Esta é a melhor forma de dar medicmanetos pastosos na boca de seu animal. siga as mesmas dicas dadas anteriormente para o uso de seringas.

Produtos de uso otológico: As otites (infecções de ouvido) são bastante comuns em pequenos animais, e o uso de medicamentos de uso otológico é sempre um incõmodo pra seu animal. neste caso, dê preferência a produtos em gel, por causarem menor irritação a seu animal. A forma de dar estes medicamentos é segurando a orelha com firmeza, mas sem apertar, e levantar para pingar a dosagem. Depois, abaixe a orelha com gentileza e esfregue a cartilagem na base da orelha. Assim, o medicamento flui pelo canal auditivo.




produtos oftalmológicos: No caso de líquidos, mantenha ca cabeça de seu animal levemente erguida, e pingue as gotas na superfície ocular. No caso de formulações cremosas ou pastosas, tracione suab]vemente a pálpebra inferior de seu animal e deposite o produto na bolsa que se forma entre o olho e a páopebra.

Sprays: Produtos de uso spray devem ser aplicados a uma distância um pouco maior que 1 palmo (aproximadamente 15 cm). Lembre-se de agitar o frasco antes de aplicar, e no caso de utilizar o produto na região da cabeça, tenha cuidado para o produto não atingir a região dos olhos (a não ser que este seja o objetivo). Uma dica bem interessante é, não aplicar o spray diretamente no animal: aplique o produto sobre uma bola de algodão e passe na área afetada, isto irá minimizar o problema do som do spray e do frio provocado por ele, que muito as vezes causam repulsa do animal a este tipo de produto.
Banhos (shampoos, sabonetes, e soluções): Muitos medicamentos são indocados para serem utilizados durante, ou na forma de banhos. neste caso não tem mistério. BMolhe todo o corpo do animal e aplique o produto. Deixe-o agir pelo tempo indicado e enxague (se houver esta indicação). Algumas soluções, carrapaticidas, por exemplo que ainda são de uso bem comum, precisam ser aplicadas sobre a pele seca do animal, e somente depois do período de uso, enxaguadas com água em abundância.

É importante que você tire todas as dúvidas sobre o medicamento com seu veterinário, questione a finalidade, a dose, a frequência, e nunca altere por conta própria a dose, a frequência de uso ou o período de tratamento. Siga corretametne a orientação de seu veterinário e nunca dê medicamentos por conta própria ou indicados por um leigo, A prescrição de medicamentos para animais é privativa do veterinário. 




Milena Luíza Hermogenes Morais Barreto
Médica Veterinária

Consulta veterinária:como colaborar e aproveitar ao máximo este momento.



A consulta veterinária é um ato fundamental para o seu animal, seja na promoção da saúde e do bem-estar, prevenção ou cura de doenças, ou ainda, na sua reabilitação. Tenho observado uma série de atitudes/comportamentos dos proprietários de animais que acabam interferindo de forma negativa neste importante momento, ou tornando-o menos produtivo ao profissional e proveitoso ao animal e seu proprietário.


Para começo de conversa: não existe consulta por telefone, tão pouco "olhadinha". Consulta é consulta. O telefone pode ser uma importatne aliado em caso de urgência, pode até salvar a vida de seu animal, porém, não deve, e nem pode ser utizado para consultas. Outro ponto importante é que a consulta deve ser, sempre que possível, previamente agendada. Isto evita que você, e seu animal, dê uma viagem perdida (nem sempre seu veterinário estará disponível para atendê-lo).

Mas, quando levar seu animal para uma consulta veterinária? Infelizmente muitas pessoas procuram atendimento veterinário apenas quando o animal está doente. Na verdade há vários momentos em que se faz necessário procurar atendimento/orientação veterinário, recomenda-se, no mínimo uma visita anual, mesmo que seu animal esteja saudável e, evidentemente, sempre que houver alguma anormalidade.

É também frequente que pessoas que não tem nenhum contato como animal o leve à consulta. Isto é um erro! É fundamental que alguém que conheça bem o animal, e , no caso de doenças, possa prestar todas as informações necessárias. Esta pessoa deve ser também capaz de auxiliar na contenção do animal de forma adequada, bem como auxiliar em algum procedimento clínico que se faça necessário. A presença de alguém conhecido deixa também o animal mais calmo e facilita bastante o seu manejo. Antes de levar seu animal para um consulta atente para os seguintes pontos:


- Traga sempre consigo: carteira de vacinação, exames que por ventura o animal tenha feito, receitas de medicamentos que esteja tomando (ou tenha tomado recentemente), produtos que utiliza e quaisquer outras informações que julgue necessárias e/ou possíveis. Alguns proprietários falam coisas do tipo: "está tomando aquele remedinho da caixa de tal cor" ou então "aquele comprimido pequenininho branco", achando que o veterinário vai adivinhar qual o medicamento apenas por suas características, o que é impossível! De preferência mantenha um arquivo ou pasta com estes dados e leve-o sempre à consulta.

- Se seu animal está doente, procure lembrar-se de todas as informações sobre o quadros clínico: quando iniciou, a cronologia dos sintomas (quais sintomas surgiram primeiro, quais vieram depois), características dos sintomas (por exemplo, se há diarreia: consistência, cor, odor, frequência etc, se há lesões na pele: como começou, qual a aparência inicial, como evoluiu etc);

- Seja sincero. Não esconda sintomas nem oculte informações. me lembro uma vez em que eu questionei o que o animal comia e a proprietária categoricamente falou que "somente ração, da marca tal" e logo em seguida o cachorro vomitou feijão. Às vezes, ainda, o animal chega em estado praticamente terminal e o proprietário relata: "começou ontem" e você percebe que o quadro tem vários dias de evolução. Mentiras e informações incompletas podem colocar a vida de seu animal em risco, portanto, não se envergonhe em falar a verdade!

- A consulta veterinária é uma atividade de grande concentração, exercício mental e raciocínio para o clínico, o qual precisa, a partir de informações fornecidas pelo proprietário, avaliação de um paciente que "não fala" (não de forma verbal) chegar a um diagnóstico ou a um direcionamento de conduta. Muitas vezes este processo é abruptamente interrompido por um telefone. Portanto, se possível, no momento da consulta, mantenha seu celular desligado ou no modo silencioso. Já tive que aguardar quase 15 minutos um cliente desligar o celular para poder continuar a consulta;

- Pergunte! Tire todas as suas dúvidas! Converse com seu veterinário, crie um vínculo de confiança mútua. Você tem que ter segurança no profissional que está atendendo seu animal e ele precisa saber que pode confiar nas informações que você está fornecendo e que irá seguir corretamente as orientações e/ou prescrições que forem realizadas;

- Não falte às consultas de retorno quando estas forem solicitadas (elas são importantes para o acompanhamento de seu animal). De um modo geral as consultas de retorno para um determinado caso clínico são agendadas no prazo de até trinta dias, no caso de problemas dermatológicos e outras doenças, este prazo poderá ser maior. Estas consultas de retorno para um mesmo caso clínico, de um modo geral, não devem ser cobradas. Mas também não vá querer que um problema de pele gere um consulta de retorno, por exemplo, para uma fratura. Como o próprio nome diz, a consulta é de retorno, para um caso já atendido, não para uma nova doença!

Faça da consulta um momento de saúde e de conhecimento. Você, seu veterinário,e principalmente, seu animal só terão a ganhar!



Milena Luíza Hermogenes Morais Barreto
Médica Veterinária